Arroubos poéticos

Aquela gente à moda antiga

Ah, Rei Roberto, perdoe a ousadia

Mas, se me apropriei da melodia,

foi por pura nostalgia

De um tempo em que a paródia

era considerada criação, não pirataria

 

Eu sou daquela gente à moda antiga

Do tipo que ainda colhe flores

Aquela que sorri e aprecia

Um aceno em troca de um simples “Bom dia!”

 

Eu sou daquela gente acostumada

A ouvir o outro enquanto ele fala

E a ser um ombro amigo em uma sala

Ao vivo e em cores, não em polegadas

 

Eu sou do tipo que em certos dias

Chora, sofre e sente agonia

Os gritos de dor, a desilusão

Nem sempre está feliz o peito em que bate um coração

 

Apesar da facilidade que trazem

Bits, algoritmos, que tais

Sou do tipo que com saudade

Prefere um bom abraço a um emoji no WhatsApp

 

Porque sou daquela gente à moda antiga

Do tipo que ainda colhe flores

Apesar de ter um blog e me manter conectada

Ainda creio em uma vida

Vivida, e não contada

 

Ainda creio em uma vida vivida, e não contada

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